Debaixo das luzes de uma cidade nova, crescem sombras nas paredes e monstros nas almas, percorrendo as ruas dos pensamentos como gatos vadios, entregam-se a cada esquina e a cada porta, na esperança que alguém solitário lhes estenda a mão e entregue um pedaço duro de pão. Com a corrente diminuição da luz natural, aumentam de volume os devaneios humanos de quem mesmo longe, continua amarrada aos pensamentos dos que ficaram de onde nunca eu deveria ter saído. Os sonhos e as esperanças ficaram sem cor no dia da despedida e mesmo a melancolia se escondeu debaixo dos lençois, nesse dia carregado de nuvens escuras no céu da vida. Ficaram promessas de retorno, pendentes nos sorrisos e latejantes nos rios oculares de quem se despedia.. ficaram palavras, fotografias e recordações na memória de quem foi e juras de amor eterno nas palavras gritadas ao vento, de quem ficou. Foi lançada a sorte ao vento e esperou se que ela voltasse.

De nada adiantou atravessar a floresta dos meus medos por um sonho inacabado. A morada a que pertenço nem se quer me reconhece. O amanhecer...