Com o frio da noite a tocar cada gota de sangue que por minhas veias passeia, peço-te mais uma vez para que me segures, tal como se nunca tivesses desejado tanto outro corpo.
Segura-me em teus braços e faz com que de minha cabeça, a sensação de frio desapareça. De minhas recordações e sonhos torna-te dono e leva-me em espírito de onde estou.
Como se o amanha fosse improvável de surgir no horizonte, relembra-me todos os motivos que justifiquem a tua presença, e todas as regras que inventaste que te submetem a ficar.
E, com o nascer do sol, dir-te-ei para pousares a chávena quente de café propositadamente colocada entre mãos apenas para as aquecer, para despires os cobertores que sobre nossas costas fizeste deitar, e soltar todos os medos que tens vindo a reprimir. Com a chegada do sol, é altura de vivos estarmos; de não negar-mos cada arrepio ou cada sorriso apaixonado que surge inocentemente; fixam-se os olhares na linha que divide o ontem do hoje e que, horas mais tarde, irá dividir o hoje do amanhã, para se cruzarem mais uma vez os olhares que sempre nos denunciaram. Mesmo quando o Mundo obrigava a que o resto falso se tornasse, nossos olhos transbordavam a todos os segundos, o amor de uma vida.
Podia jurar que anos se haviam passado e que múltiplas viagens havia feito em cada pestanejar, porém, nunca de teu lado me movi.
Era assim que cada manhã começava, na simplicidade da luz e do olhar e no realismo do frio e da paixão existente em cada respirar.

Uma Rapariga Esquecida Do Mundo

(foto- "As palavras que nunca te direi", filme baseado na obra de Nicholas Sparks)

Eu Amo-te independentemente de tudo


Por fim, as nuvens que pressentia estarem próximas, chegaram. Nuvens que uma tempestade anunciam estar próxima.
Chegam sorrateiras, enviadas das trevas, cortejando-me com falsidade nos movimentos, cobrem o sol e fixam a escuridão como constante aqui.
Monstro por mim não te tornaste. Se ao espelho te mirares e teu reflexo não encontrares como conhecido, reflecte: toda a gente acabará como todos os céus, por mudar. Que tal como recém-nascido, minha voz fixaste como familiar e fonte de jubilação, choraste e voltaste segundos depois com sorriso angelical. Que tal como criança pequena, cresceste, aprendeste e tudo viveste com inocência. Que tal como adulto maduro, pensaste, arriscaste e perdeste.
Que tempestades sobre ti não faças desenrolar!
Afasta as nuvens que acima de ti fizeste surgir, com um sopro, sente os raios quentes que estás a esconder, sorri, olhando para trás, nada mais que humano foste.
Absolvição peço sobre tudo que tenha feito para que nuvens eclodissem neste nosso céu onde queria apenas fazer permanecer o sol.
Se da minha vontade dependesse, mandaria a chuva, o sol, e todos os brilhos e sonhos que um dia no teu olhar descobri, só para que de novo acreditasses que há um tesouro no fim de cada arco-íris.
Como divindade não me recordes, nem como portal de agonias, tão pouco. Sou portadora da vida em flor, da inocência no olhar e da incerteza na voz e na mente.
Sou criatura que sonha e faz sonhar, nunca pensando que por teu sono passeasse cada vez que a noite pelo mundo cai.

DEDICADA A TIAGO MARQUES <3

Uma Rapariga Esquecida Do Mundo

De nada adiantou atravessar a floresta dos meus medos por um sonho inacabado. A morada a que pertenço nem se quer me reconhece. O amanhecer...