E essas gotas de orvalho humano, as que tantas vezes têm inicio na alma ou no vazio do peito, escorrem cara abaixo lentamente, passando pelos olhos que meio mundo já viram e milhares de pessoas já examinaram, ganhando caminho a cada passo que efectuam no rosto, estrada da vida, onde já habitaram sorrisos apaixonados, gargalhadas incontroláveis, a frieza de uma estátua de pedra ou mesmo a felicidade de uma criança, correm como rios por entre as montanhas rosadas da face e encostam-se aos lábios que tantas vezes se entregaram a beijos e pecados e o sabor salgado a tristeza e ódio de gritar de quem ar nos pulmões não tem, nem para respirar, arde na língua. Perdem-se por fim na imensidão da pele. Chegando ao fim do percurso, apenas humedecem os poros desta estrada velha e voltam novamente a entrar dentro de mim.


Uma Rapariga Esquecida Do Mundo

De nada adiantou atravessar a floresta dos meus medos por um sonho inacabado. A morada a que pertenço nem se quer me reconhece. O amanhecer...