E não fosses tu a chuva que todos os Invernos me lança manto gelado, abraçando-me quando o dia escurecido pelas nuvens está. Não fosses tu a brisa que remexe nos meus fios de cabelo parados e o meu olhar vago. Não fosses tu toda e qualquer cor que possuo e sonhos que quero colorir. Não fosse tua mão o único impulso que preciso para caminhar, teu beijo o porto de abrigo para a minha alma há muito sem sitio para viver, teu abraço a minha única casa. Não fosses tu que transportasses dentro de ti o sorriso e a filosofia de uma criança, ou as crenças e determinações de um adulto. Não fosses tu um eu, e eu um tu, que quando juntos formam um só. Não fosses tu o Sol com que me levanto a cada dia, e a Lua que me faz companhia até adormecer. Não fosses tu, todas as recordações felizes e as lágrimas mais tristes que a mim me pertenceram. Não fosses tu um tudo que eu seria novamente um nada na tua ausência.

Uma Rapariga Esquecida Do Mundo

De nada adiantou atravessar a floresta dos meus medos por um sonho inacabado. A morada a que pertenço nem se quer me reconhece. O amanhecer...