Minha cor de arco-iris


Gastei demasiadas folhas de papel, dias, noites e sonhos a tentar modificar o que por tantas vezes me calhou na sorte dos dados. E após esgotadas todas as tentativas e percorridas todas as estradas da razão, percebi que não se podem retirar os sonhos a quem sempre correu livremente pelos caminhos mais fantasiados, não se pode pedir por brilhos a quem nunca reflectiu cor, nem segurança a quem sempre viveu no contra-balanço da vida, tal como ao sol não se pode exigir que deixe de iluminar todas as criaturas a cada dia que começa.
A tua fotografia rasgada e dispersa em pedaços pelo chão ou o teu perfume refém da minha roupa e memória, fazem me prisioneira das recordações, prendendo-me tal qual cadeados ao passado. Lanço- lhes um olhar e revejo o beijo quente e as mãos frias tão presentes em mim, e escorregam pelos olhos rios de felicidade morta, paixão feita refém das recordações e das palavras que me faziam esboçar sorrisos e descem então as lágrimas.
Só contigo as gotas do orvalho que encontro nas pétalas da vida a cada manhã, têm brilho e frescura. Apenas contigo cada arco-íris ganha sonhos e esperanças a cada cor. E até a estrada mais longa, o deserto mais seco ou a neve mais espessa parecem mais fáceis de atravessar.


Uma Rapariga Esquecida Do Mundo

De nada adiantou atravessar a floresta dos meus medos por um sonho inacabado. A morada a que pertenço nem se quer me reconhece. O amanhecer...