Como quando cantava aos verdes, dançava com o vento e deitava com a chuva... Plano no ar, na areia e nos sonhos e flutuo no espectro da luz sem saber onde atracar. A pequena criatura que ficava nervosa a cada chegada tua, o sorriso após cada tarde dispendida e a melancolia de cada despedida desvaneceram-se no crepúsculo para se reavivarem na memória. Virada a moeda de todos os lados possíveis ou corridas todas as linhas da palma da mão, busco o destino cega de avidez e embriagada loucura de quem busca algo melhor, ou simplesmente uma razão para acordar mais uma vez.
Já não corro e fujo das ondas frias, apenas me mantenho distante enquanto temo o rugir tenebroso das marés. Já não lanço impropérios ao vento cada vez que brinca e remexe meus cabelos, apenas deixo que este tente arrancar de mim a paciência e cansaço humanos, desistindo por si só, quando noticiar que não conseguirá irritar-me.
Apenas tento lutar contra as minhas ideias, recordações, ou talvez, eu mesma. Luto para esquecer, para caminhar mais uma passada, para respirar mesmo o ar estando tão saturado aqui, para sobreviver.

Uma Rapariga Esquecida Do Mundo

De nada adiantou atravessar a floresta dos meus medos por um sonho inacabado. A morada a que pertenço nem se quer me reconhece. O amanhecer...