Quantas batalhas perdidas estão inscritas em mim? Quantos sonhos irreversivelmente abandonados no meu olhar se encontram espelhados? Se tudo que não matasse, fortalecesse, bastariam noites para me fazer de guerreira de causas perdidas e fantasias saqueadas. Por vezes, o que não nos mata, nos destrói, nos ensina e corrói, nos maltrata. Aprendi pois, que nem sempre o mar é azul tal como nos traçados a que tantas horas dediquei em criança. Nem sempre os verdes dançam com o vento, tal como o sol não tem a mesma intensidade a cada novo amanhecer. Aprendi a não deixar passar, não pensar que nada é suficientemente insignificante para que de mim fúria arrancasse. É a sentir as faces vermelho carmesim de timidez, rir quase a faltar o ar sem que o barulho seja impedimento, é a abraçar como quem protege, beijar como quem ama e chorar como quem perde, que o sangue volta novamente a passear nas veias. É a deixar-se tomar pelos instintos, pelos impulsos e pelos preconceitos que se inicia uma corrida vitalícia por algo; quer seja por alguém, alguma coisa, ou simplesmente, o dia de amanhã, apenas é necessário que haja preguiça de inércia e fome de viver.


Uma Rapariga Esquecida Do Mundo

De nada adiantou atravessar a floresta dos meus medos por um sonho inacabado. A morada a que pertenço nem se quer me reconhece. O amanhecer...