Com um sorriso terno e cativante te pedi que desligasses a luz e viesses juntar-te a mim neste chão bem longe de nós.
Pedi que desfiasses algumas palavras e histórias do tear da tua vida, que me surpreendesses com bravura e emocionasses com paixão. Supliquei que continuasses, não parasses nessa estrada de sonhos que percorrias montado em palavras esperançosas e na vivacidade que pertence apenas aos mais ambiciosos.
Continuaste, fazendo-me a vontade, mudaste-me o humor, os pensamentos e até a expressão em poucos segundos. Rompeste com a frieza e aqueceste-me o sorriso quando este se instalou na minha face para não mais se ausentar. Animaste o arco-íris presente no meu olhar e aclaraste-me a rouquidão da voz com gargalhadas espontâneas. E, quando o sol raiou nossos corpos, fechas-te as cortinas ao mundo e ignoraste o dia que começava, permanecendo sentado, pacientemente divertido nas histórias que inventavas só para que sorrisse mais uma vez.

De nada adiantou atravessar a floresta dos meus medos por um sonho inacabado. A morada a que pertenço nem se quer me reconhece. O amanhecer...