Á deriva
Toda a minha vida havia navegado numa maré que a mim não pertencia. Tudo o que buscava era um porto em que pudesse atracar minha alma, para saborear cada pôr-do-sol tal qual devem ser deliciados. Porém, ventos e correntes balançavam meu barco que, neste bailado, muitas vezes de virar esteve perto. E, quando nalgum porto me albergava, mais outra viagem tinha de começar em seguida.
Afinal, só o mar turbulento feito de lágrimas minhas, nunca me desiludira. De facto, nunca ninguém, senão meu próprio veleiro, havia sido minha casa.
Sobrevivia na vida, apenas para aprender a viver.
Sobrevivia neste oceano, apenas por ter certeza que, melhor que qualquer ilusão e desilusão terrenas, só a estadia neste mar longínquo de terra.
Longínquo de ti.
Uma Rapariga Esquecida Do Mundo
De nada adiantou atravessar a floresta dos meus medos por um sonho inacabado. A morada a que pertenço nem se quer me reconhece. O amanhecer...
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De nada adiantou atravessar a floresta dos meus medos por um sonho inacabado. A morada a que pertenço nem se quer me reconhece. O amanhecer...
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E essas gotas de orvalho humano, as que tantas vezes têm inicio na alma ou no vazio do peito, escorrem cara abaixo lentamente, passando pelo...
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Saía dos sonhos saltitando e dos pensamentos cambaleando tal como saí da realidade para me entregar ao fantasiado. Cruzo os braços diante do...