Por entre rendilhados e laços de cetim, passeam-se as mãos pelo território inimigo conquistado. Sente-se no salgado da pele o calor de um fim de tarde e nos beijos fugazes a saudade de anos perdidos em conquistas que nenhuma nação levou a elevar-se.
Guardam-se momentos, toques, flashes e palavras para recordar mais tarde, quando a luz e o barulho citadino se diminuírem até quase não existirem e fecha-se mais um capítulo, a cada tarde dispendida.
Percorro as colinas e os campos com o olhar, lançando olhares de desprezo ao constante tic-tac do relógio que me relembra a cada segundo, as demasiadas horas de solidão.
Corro todos os verdes, os amarelos e os transparentes, rindo quando dou conta de que nunca eternizei um momento por mais do que umas centenas de tic-tacs. Arrasto as mãos por entre as pedras e a cabeça por entre os ares, os cheiros e os pensamentos.
Perco-me a mim e ao Mundo e volto a encontra-me em poucos segundos..

De nada adiantou atravessar a floresta dos meus medos por um sonho inacabado. A morada a que pertenço nem se quer me reconhece. O amanhecer...