Quando os ponteiros marcam a hora em que a noite desce, sobre tudo e todos é lançado um feitiço inquebrável que faz adormecer todas as criaturas. Porém, eu sobrevivo ao encanto permanecendo, sem esforço, acordada.
Nunca fui ser denotado de realismo preferindo imaginar cor onde apenas sombras se moviam; imaginando sorrisos onde estes nem nunca haviam sido alguma vez concretizados; imaginando brilho e sentimentos verdadeiros, em pessoas que nem nunca haviam sentido; idealizando passos em pedras que nunca juntas foram numa estrada que nunca foi encontrada.
Passei minha vida cantando numa tentativa de afastar todos os pesadelos. Cantava melodias doces cujo dialecto só os anjos conheciam; ou dançando, para que de mim se mantivessem longe as recordações. Dançava como se nada me prendesse à Terra, como se não existisse gravidade, emoções ou forças, conseguindo tocar as estrelas; ou correndo, para que finalmente algo nesta minha corrida cega se me apresentasse à vista, como se se oferecendo para ser o rumo que seguiria para sempre.
A tudo à minha volta falta a minha invulgar persistência, vendo através desta janela vazia que, tudo se encontra dominado pelo encantamento da lua cheia.
Mal saberão eles que, daqui a mais uns rodar dos ponteiros, acordarão para viver uma vida semelhante àquela a que tenho estado acordada a viver.
Uma Rapariga Esquecida do Mundo
De nada adiantou atravessar a floresta dos meus medos por um sonho inacabado. A morada a que pertenço nem se quer me reconhece. O amanhecer...
-
De nada adiantou atravessar a floresta dos meus medos por um sonho inacabado. A morada a que pertenço nem se quer me reconhece. O amanhecer...
-
E essas gotas de orvalho humano, as que tantas vezes têm inicio na alma ou no vazio do peito, escorrem cara abaixo lentamente, passando pelo...
-
Saía dos sonhos saltitando e dos pensamentos cambaleando tal como saí da realidade para me entregar ao fantasiado. Cruzo os braços diante do...